comportamento, Disciplina, Educação, Pais e filhos -

A grande importância do "sim" e do "não". Na dose certa, não traumatizam a criança! (por Içami Tiba)

Quem Ama Educa Içami Tiba Educação Pais Filhos Integrare

 

Para aprender a não jogar a comida, a criança precisa antes aprender o sentido do “não” – o que não acontece de uma hora para outra. As reações dos pais ensinam a criança a distinguir o “sim” do “não”. Quando a criança brinca em seu quarto, faz gracinhas, os pais riem e brincam junto. Isso é um “sim”. Quando estão no cadeirão e tenta fazer o mesmo, os pais devem olhar para ela com expressão séria e dizer “não”. Não é uma bronca nem deve soar como se fosse; é apenas um ensinamento. A criança fica muito alegre quando brinca e interage; sua autoestima melhora, é verdade. Mas nem por isso a autoestima diminui ao ouvir um “não”.

          O “sim” e o “não” estabelecem limites para a criança, que aprende o que pode e o que não pode fazer. O que a prejudica é repreendê-la por algo que ainda não sabia que não podia fazer. Nunca poder fazer algo é ruim, mas poder sempre também não é bom. O “sim” só faz sentido se existe o “não”.

          Saber a diferença entre “sim” e “não” confere à criança poder de decisão sobre suas escolhas, poder que alimenta sua autoestima. Portanto, nem o “não” nem o “sim” traumatizam a criança, mas o mau uso dessas palavras.

 

“Felicidade não é fazer tudo o que se tem vontade de fazer, mas ficar feliz com o que se está fazendo.”

 

Muitos pais dão alegria, segurança, proteção e saciedade aos filhos, acreditando que assim os tornam felizes. Ninguém dá felicidade a ninguém. Se os filhos acreditarem que são felizes com o que ganham dos pais, estarão confundindo a verdadeira felicidade com a saciedade.

          Saciedade é uma satisfação passageira, porque preenche uma vontade, ou uma necessidade, momentaneamente, para logo dar lugar à insatisfação. É o caso da fome, de um brinquedo, da droga ou do consumo da moda, que, mesmo saciados, logo voltam à insaciedade. É a alegria esfuziante e radiante que surge quando se ganha um presente (ou quando se usam drogas); mas, quando a alegria seguinte não vem, a pessoa cai numa furiosa birra – ou em depressão, se não obtiver a próxima dose. Quem tem acessos de birra ou depressão não pode ser feliz.

 

Livro: Quem Ama, Educa!, de Içami Tiba. Editora Integrare.

Quem Ama Educa Içami Tiba Educação Pais Filhos Integrare


Deixe um comentário

Observe que os comentários precisam ser aprovados antes de serem publicados