Me aflijo ao ver o quanto não sei e que nunca saberei tudo que gostaria... (por Natércia Tiba)
O ser humano pode ter várias fontes de prazer e satisfação. Para mim, uma das maiores realizações é aprender coisas novas. É uma sensação um tanto ambivalente.
Ao mesmo tempo em que me encanto com as descobertas, me aflijo ao ver o quanto não sei e que nunca saberei tudo que gostaria...
Hoje, com a facilidade de acesso às informações, preciso ficar atenta para não me perder em sites de busca, atualizações de informações a cada minuto e redes sociais. Sem contar o quanto me enrosco entre as prateleiras de livrarias, apreciando não só temas e conteúdos, mas também capas e formato dos livros.
Cada nova informação desencadeia uma série de conexões que levam sempre a um aprendizado de algo externo, ou de mim mesma. Isso me fascina. Sinto-me num processo de aprendizado e autoconhecimento contínuo.
Quando tenho oportunidades de me comunicar com o público (qualquer que seja a mídia), tenho sempre a preocupação de acrescentar algo que faça diferença para os outros. Tenho um grande receio de cair na mesmice. De ficar batendo na mesma tecla. A repetição nos faz surdos e não leva a reflexão ou ao entendimento.
Encanto-me quando me deparo com um olhar do outro (público ou paciente) que me diz: “ah, então é isso! Insight”!. De repente, as coisas parecem fazer sentido, como se tivessem encontrado a peça que faltava para completar um quebra-cabeça. Já havia um raciocínio rondando, mas que não conseguia ser completado.
Uma ideia, uma frase ou até mesmo uma palavra vinda de fora pode desviar o caminho viciado dos neurônios, oferecendo novas possibilidades de compreensão e entendimento. Mas há aqui uma armadilha. O poder da conclusão é daquele que já estava com o raciocínio em andamento e não de quem disse a palavra que gerou o insight.
Livro: Mulher sem Script, de Natércia Tiba. Editora Integrare.