O amor que ensina, entre pais e filhos crianças (por Içami Tiba)
Criança precisa de adulto responsável à sua volta. Agora os pais funcionam como consciência familiar e social. A criança já identifica o que quer, mas são os pais que ensinam, ou não, a adequação do seu querer. Portanto, mais que somente dar, está na hora de ensinar.
O aprender dá segurança ao filho, que pode começar a contar consigo próprio. É aqui que os pais começam a ensinar como é bom aprender a aprender, por meio de agrados, estímulos e reforços.
O amor dadivoso concede tanto prazer, que muitos pais continuam a doá-lo por um tempo indefinido, mesmo quando não é mais necessário, tornando-o, portanto, inadequado.
Uma criança que nada faz não aprende, não transforma as informações em conhecimento. Por isso uma criança precisa mais fazer do que ouvir as repetições das ordens.
É mais importante dar uma dica para a criança se lembrar do aprendido do que ficar ensinando tudo novamente. Depois das dicas, basta um dedo, um levantar de sobrancelhas para a criança lembrar do que estava esquecendo.
Se a criança descobre o como fazer (know-how), fica mais fácil ensinar o quando, onde e por que fazer.
Porque fazendo ela descobre o funcionamento de tudo e adquire um know-how que lhe pertence. O conhecimento dá poder e independência, alimentos da autoestima.
Ensinar uma criança a aprender é uma das maiores lições de vida que os pais podem passar aos seus filhos. Nada impede que a criança aprenda sozinha, mas ela vai saber fazer muito melhor se fizer sozinha depois que aprender o básico.
Ensinar algo exatamente no momento em que ela busca a resposta é o momento ideal do aprendizado. Tentar ensinar fora de tempo é desperdício de esforço dos pais e desgaste do filho para o aprendizado.
Assim que pergunta, uma criança aguarda um tempo para ouvir a resposta. É o momento sagrado do aprendizado. Em seguida, rapidinho, vem o tempo de querer fazer sozinha...
Os pais têm que estar atentos para perceber quando chega o momento sagrado do aprendizado, porque a criança para com a atividade motora, o rosto fica meio parado, olhos vivos, e quase que se percebe o cérebro em plena atividade...
É tempo de semear também os ensinamentos que os pais querem que seus filhos aprendam, incluindo os valores superiores (gratidão, religiosidade, disciplina, ética, cidadania etc.).
O ensinar é um amor bem próximo do dadivoso, pois o mestre se sente gratificado pelo que conseguiu passar para o seu aprendiz. Assim, também os pais se sentem realizados quando seus filhos são educados.
A criança precisa do amor que ensina, pois ela nasceu somente com seus instintos e um imenso potencial para apreender e aprender o que existe à sua volta.
O amor que ensina é um investimento afetivo e material para um bem viver futuro do filho.
É fundamental que se aplique o Princípio Educacional da Coerência, Constância e Consequência nesse amor que ensina. Apesar de o amor que ensina ser direcionado às crianças, sempre é tempo de ensinar alguém disposto a aprender. O interessante é que, quanto mais se sabe, mais se quer aprender. E, quanto mais se aprende, mais se quer ensinar...
Livro: Adolescentes – Quem Ama, Educa!, de Içami Tiba. Editora Integrare.