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O que acontece com o cérebro do Adolescente com o mimo e superproteção dos pais? (por Leo Fraiman)

Meu filho chegou à adolescência, e agora?; Projeto de vida; Educação; Leo Fraiman; Integrare; livro

 

O que acontece por trás do mimo e da superproteção contínuas é que os filhos acabam se viciando em ser atendidos. Com isso, cada vez mais, seu cérebro torna-se viciado em produzir cortisol mais e mais rapidamente diante de frustrações, pois não houve o treino de gerar alternativas mais eficazes para se ter a dopamina e a endorfina — que trariam prazer e relaxamento — pelos próprios meios: relaxando, praticando um esporte, respirando fundo, distraindo-se ou esperando um momento melhor para ser atendido.

          Isso explica o ataque de raiva de alguns adolescentes diante de imposições e/ou negações de seus pais, que dizem não reconhecer seus filhos quando estes se enfurecem. Quimicamente, é como se sentissem uma síndrome de abstinência, como um viciado em nicotina que se vê impedido de fumar. A química do cérebro, bem conduzida, nos leva a aprender, a empreender, a criar.

          Pais participativos devem treinar a mente de seus filhos a lidar com as adversidades e as frustrações com criatividade e paciência, além de espírito inovador. Quando isso não é feito, a química cerebral pode viciar o adolescente em uma série de hábitos perigosos, como:

desistir das coisas sem nem tentar de tudo;

atacar aqueles que tentam educá-lo;

procurar substâncias que o relaxem de novo — o que explica os casos cada vez mais frequentes de adolescentes que se drogam quando se sentem incapazes de estudar ou de prosseguir com suas metas;

desistir de qualquer objetivo que pareça mais complicado, pois instintivamente o jovem sabe-se incapaz de se sentir frustrado e por isso sente que é melhor nem tentar algo que pode dar errado; ferir-se ou colocar-se em situação de risco, como forma de se distrair de algo que lhe dói muito;

Para não se sentir sozinho, triste, vazio, frustrado, o jovem vê na droga uma forma de driblar a terrível sensação química do cortisol — hormônio do estresse — em seu organismo.

          Pais que entendem que o treino para lidar com a frustração é parte fundamental da formação de seus filhos estão fazendo um grande favor a eles. Esses pais os ensinam a regular seus desejos de acordo com as possibilidades reais e a buscar alternativas sadias, criativas e dignas de ser gratificados. Com isso há uma chance muito maior de não se habituarem a ser sempre atendidos, o que é algo impossível na vida real.

          Educar para a sustentabilidade é um gesto de amor e respeito ao direito do seu filho ter uma vida digna.

  

Livro: Meu filho chegou à adolescência, e agora? Como construir um projeto de vida JUNTOS, de Leo Fraiman. Editora Integrare.

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1 comentário

  • Ana Lúcia

    Obrigada pelo alerta estava realmente pensando qual tinha sido o meu erro já que abri mão da minha vida e acabei vivendo em função dos filhos. Precisamos do equilíbrio em tudo na vida e assim será bom para ambas as partes😉

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