Pense positivo e você terá tudo o que quiser: mito ou verdade? (por Gabriel Carneiro Costa)
Entre o que eu acredito e o que eu colho de resultados, existe aquilo que eu faço (ou deixo de fazer). Tudo o que eu faço, ou não, gera as minhas experiências. E hoje percebo que as experiências são as minhas maiores fontes de confiança e autoestima.
Uma mensagem motivacional pode, sim, gerar entusiasmo, um momento de confiança, ou até mesmo me encorajar a fazer algo que eu estava procrastinando. Mas ela sozinha não se sustenta por muito tempo, caso as minhas experiências reais tenham gerado, em mim, uma consciência inversa àquela mensagem.
O pensamento positivo me parece ter muito desse efeito. Jamais seria contra o pensamento positivo. Sabemos que o pensamento positivo altera inclusive a nossa energia, e sigo acreditando que o ato de pensar de forma positiva nos ajuda a sentir mais segurança. Mas a minha consciência seguirá presente. Nela, seguirá registrado aquilo que eu vivo diariamente.
É a experiência colecionada que gera a consciência.
A ideia de se olhar no espelho e dizer para si mesmo que você é um campeão remete à mesma situação. Provavelmente, naqueles minutos seguintes, essa mensagem causará algum efeito. Mas, se você chegar na sala da sua casa e a sua esposa lhe lembrar de algo que você prometeu há dias, mas ainda não fez, aquela energia “campeã” começa a se esvair. Se você chegar no seu trabalho e receber uma dura crítica do seu chefe, ou de um cliente, novamente aquela energia vai se dissipar.
O que eu quero propor é a visão de que as emoções que vivemos por algo real, e não projetada, também fazem parte da construção de uma autoestima melhor. O problema é que, quando entendemos dessa forma, então a mensagem por si só não pode garantir nada. Ela é apenas o gatilho, o ponto de início. Para que algo seja verdadeiramente construído, a ação precisará entrar em cena. O receptor da mensagem precisa fazer. A outra parte da promessa contida na mensagem não é do mensageiro, mas do receptor. É o indivíduo que precisa começar a colecionar pequenas experiências que comprovem que aquela mensagem inicial faz algum sentido. Ao pensar dessa forma, passa a ser extremamente importante reconhecermos as pequenas vitórias. Precisamos aprender a deixar entrar os elogios. Precisamos aprender que reconhecer uma qualidade, uma vitória, ou uma conquista, não é deixar de ser humilde.
Livro: Não me iluda! Até onde são reais as promessas da autoajuda e da vida perfeitamente idealizada? de Gabriel Carneiro Costa. Editora Integrare.