Ser um “pai-amigo” é a melhor solução? (por Leo Fraiman)
Em educação, tudo que se faz ensina algo. Antes do sim e do não automático e simplista, que tal refletir:
• Qual é o efeito disso?
• Aonde esta ação pode me levar?
• Em que esta liberdade pode implicar?
• Eu tenho esse dinheiro?
• É o momento para esse gasto?
• Quais são os efeitos desse presente que meu filho pede?
• O que vai acontecer no médio e longo prazos se eu permitir que ele fique com essas notas?
• O que essas amizades estão trazendo para a minha filha?
• Se eu permitir que ele grite comigo quando estiver zangado, o que isso pode acarretar no futuro?
• Se eu rir quando minha filha xingar a mãe dela na minha frente, o que estarei ensinando com isso?
• O que eu mostro sobre o meu amor e o meu cuidado ao deixar que meu filho vá para a praia no feriado com mais dez amigos, com muita bebida e sem nenhum adulto por perto?
• Que tipo de mãe sou eu se largo o meu filho no seu momento mais difícil?
• Que tipo de pai ou mãe serei se me tornar amiguinho dos meus filhos?
Na adolescência, curtir, se divertir, fazer o que se quer é bom... mas saber equilibrar isso com metas, desafios e cobranças amorosas é melhor ainda.
Ao crescer com os pais muito próximos, a chance de ocorrer uma superproteção é grande e as metas autoimpostas tendem a se reduzir. Essas famílias se divertem bastante, mas os filhos tendem a reduzir suas expectativas e os pais entendem. Aliás, esses pais entendem (e aceitam) tudo. É um lar divertido, bacana, mas que no médio prazo se mostra sem rumo.
A ideia central aqui é “Todos unidos, todos juntos, somos um só”. Parece lindo, porém isso esconde um perigo: ao ganharem pais-amigos, os filhos perdem os pais-pais e as orientações e a inspiração para crescerem.
Livro: Meu filho chegou à adolescência, e agora? Como construir um projeto de vida Juntos, de Leo Fraiman. Editora Integrare.