Você está falando sobre o que não entende, com a coragem de um ignorante? (por Luiz Marins)
Antes de falar, ligue o cérebro.
Não sou neopositivista. Os neopositivistas acham que você não deve sequer pensar sobre aquilo que você não entende. Mas, confesso que tenho ficado impressionado com pessoas que falam, prontificam, dogmatizam sobre coisas que não entendem. Falam com a “segurança” que só a ignorância pode dar.
Outro dia estava numa roda de amigos, com vários médicos presentes, e os que não eram médicos falavam de temas médicos como hipertensão arterial e outros com tal desenvoltura e sapiência, que deixaram os médicos enlouquecidos com tanta barbaridade que diziam. Vejo pessoas falando de antropologia, sociologia, mercado, contabilidade, direito, economia, mecânica, engenharia etc. sem terem a mínima noção do ridículo em que estão incorrendo. Antes de falar, é preciso “ligar o cérebro” e perceber a realidade de que não somos obrigados a entender de tudo e que há assuntos que exigem um mínimo de especialidade, ou conhecimento. Pessoas que falam a torto e a direito sobre o que não entendem, são vistas como “corajosamente ignorantes” e passam uma péssima imagem.
É preciso que tenhamos a coragem de dizer “eu não sei” quando o assunto foge de nossa especialidade ou conhecimento. E quando estamos com pessoas que realmente entendem de algum tema que desconhecemos, devemos ter a humildade de “ouvir” e “aprender”, em vez de falar.
Gostaria de sugerir que fizéssemos um exame de consciência e víssemos se nós também não estamos incorrendo nesse erro de falar sobre o que não entendemos com a coragem dos ignorantes.
Pense nisso!
Livro: Só não erra quem não faz, de Luiz Marins. Editora Integrare.